O título deste ensaio toma emprestado outro, o de um dos mais de 600 spaghetti westerns realizados, entre 1964 e 1976, por produtores, diretores e roteiristas italianos, na maioria dos filmes utilizando o cenário de Almeria, sul da Espanha, como locação. O filme está bem longe de ser um dos melhores exemplos do gênero, mas seu título dá uma boa introdução ao que esperar destas produções, que tinham na violência exacerbada seu principal atrativo.

Mas nem só de violência sem sentido foram feitos os spaghetti westerns, nome que aponta para o fato de os filmes serem um sub-gênero de outro, ou seja, o western propriamente dito, nascido na América do Norte e pertencente ao povo de lá, desde a época dos pioneiros. Mesmo sendo detestados pela crítica, muitos destes filmes destacavam atores americanos, alguns deles tendo alcançado fama definitiva, no futuro, graças ao fato de terem participado de produções européias, no início de suas carreiras.

No Brasil as produções, naquela época, costumavam aportar em nossas salas com cerca de dois anos de atraso, quer dizer, filmes produzidos em 1964 chegaram aqui em 66, os produzidos em 65, em 67, e por aí vai. Quer dizer, em 1969, pelo menos na cidade onde este ensaísta se encontra, a maioria dos cinemas passava um spaghetti western atrás do outro, com algumas salas chegando a fazer festivais, com um filme por dia, tal era a oferta (e a demanda).

Com tudo isso, apesar de muito populares por aqui (e outros países do chamado Terceiro Mundo), estes filmes eram recebidos com indiferença pela crítica especializada da época, que sequer chegava a assistir aos mesmos, já “caindo de pau” em cima deles, mal eram anunciados.

Diga-se de passagem que, em muitos casos, os filmes eram mesmo um caso perdido, tão ruins que nem valia a pena gastar o ingresso para passar duas horas sem pensar nos problemas da vida. Mas há spaghetti westerns razoáveis, bons, muito bons e excepcionais. Este ensaio, claro, destaca a opinião de quem o escreve, ou seja, eu, que fui bombardeado por estes filmes justamente na época em que entrava na adolescência, tendo-os acompanhado até o início da vida adulta. Quer dizer, estas produções me marcaram muito, mas tenho certeza que não estou sozinho nessa.

Márcio Salerno

 Mais obras sobre Comunicação e Cultura pela Marca de Fantasia
A mise en scène cinematográfica: algumas abordagens
Bertrand Lira & Simone de Macedo (orgs.)
Estudos sobre elementos da cinematografia.
Edição digital

O Super-8 na Paraíba: anos de produção e rebeldia
Bertrand Lira
Reflexão sobre a produção superoitista paraibana na década de 1980.
Edição digital
O Sertão é coisa de cinema
Matheus Andrade
A representação do Sertão nordestino no cinema brasileiro.
Edição digital
Arquivo x Arquétipo: mitos e símbolos no seriado Arquivo X
Ariadne Rengstl
As ideias primordiais por trás do sucesso da série Arquivo X.
Edição digital
A diegese em crise: consumo, tecnologia e história(s) do cinema
Rodrigo Carreiro (org.)
Edição digital

Marca de Fantasia
Junho de 2022
Editor: Henrique Magalhães
Rua João Bosco dos Santos, 50, apto. 903A. João Pessoa, PB. Brasil
Cep: 58046-033. Tel (83) 998.499.672
  Pedidos por transferência ou depósito bancário:
  Banco do Brasil.
  Agência 1619-5, Conta 41626-6. Chave pix: (83) 998499672.
  Envie cópia do comprovante de depósito e o endereço para entrega.
  Contato: marcadefantasia@gmail.com -  https://www.marcadefantasia.com