Relicário

Leituras do QI

De tanto lidar com as edições digitais do QI para a veiculação na Marca de Fantasia, confesso que tenho lido muito rapidamente os números mais recentes. A letra miúda, para minha idade, também é um empecilho que exige cada vez mais atenção para aquietar as longas linhas que se embaralham nas páginas. Mas, resolvi ler atentamente, como deve ser, a edição 167 de cabo a rabo, detendo-me em cada preciosidade que o fanzine costuma ter.

De cara, um texto poético ilustrado de Manoel Dama, que temos o prazer de ver com toda sua criatividade. Assim como a velha conhecida "Maria", de um certo "dinossauro dos fanzines" (para não tomar de empréstimo o epíteto "fóssil vivo do underground" de José Nogueira). Enchem os olhos um tanto de ilustrações e reproduções de capas de antigas publicações, além de artes de Luiz Cláudio Lopes Faria e Mário Labate Santiago.

Além da parte especificamente descritiva do fanzine, a seção "Edições independentes", temos uma magnífica cornucópia de textos na seção "Fórum", que são verdadeiras pérolas sobre o universo dos quadrinhos, a destacar as longas missivas de Shimamoto, Cosme Custódio da Silva, José Ruy, Quiof Trul, Luiz Antônio Sampaio, Luigi Rocco, Carlos Gonçalves, Rod Tigre, sempre com informações surpreendentes a partir da vivência e de  pesquisas inspiradas.

Outros textos ressentem a ensaios, depoimentos, reflexões e relicários sobre nossa tão querida arte, como nos oferece E. Figueiredo, com o texto “Um livro no deserto”; Rod Tigre, com “Altair Gelatti & Rubens Cordeiro”; Lio Guerra Bocorny, com “Almanaques Gráfica Vida Doméstica”; vários textos do próprio editor Edgard Guimarães e de Worney Almeida de Souza e, sobretudo, a bela análise “Algumas implicações em Rolando Duque - Assistência Técnica”, por Antonio Jorge.
Jorge faz um ensaio sobre o conceito de arte e o perfil dos leitores de quadrinhos na atualidade a partir da leitura da obra de Edgard Guimarães. É um texto amplamente reflexivo com uma erudição rara não só nos fanzines, mas em qualquer veículo informativo.

O QI resulta em um empreendimento de fôlego e abnegação de Edgard Guimarães e um esforço coletivo dos leitores em manter viva a chama das histórias em quadrinhos e das relações afetuosas que engendram. Por sua importância, o QI ultrapassa fronteiras e se faz presente também em Portugal, de onde uma plêiade de colaboradores nos brinda com suplementos e textos memoráveis.

Henrique Magalhães
Abril, 2021

Leia a edição QI 167
Conheça mais edições do QI no sítio EGO, de Edgard Guimarães, hospedado na Marca de Fantasia: https://www.marcadefantasia.com/ego.html




Marca de Fantasia
Abril de 2021

Editor: Henrique Magalhães
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