Relicário

Rango: a arte magistral de Edgar Vasques

A década de 1970 viu surgir uma vigorosa produção de tiras humorísticas no país, que faziam par com as charges e cartuns em oposição à ditadura militar. Esses quadrinhos tinha, sobretudo na imprensa alternativa, seu celeiro de criação. Eram tiras críticas, bem ou quase sempre mal humoradas, mas reflexivos sobre a situação política do Brasil em particular e sobre o sistema capitalista no geral.

Todavia, nenhuma tira teve o impacto de Rango, de Edgar Vasques. Uma personagem no limite da condição humana, uma escória social a disputar no lixo as sobras do que comer com um cachorro e ainda com um filho para criar. Esse cenário era forte demais para os meios de comunicação de massa e mesmo para o estômago de muitos leitores. Ainda assim, Rango surgiu no jornal Folha da Manhã, de Porto Alegre, migrou para a imprensa nanica e foi lançado em livro, sendo a pedra fundamental da editora L&PM.

Rango sumiu por longo tempo, mas nunca deixou de ser produzido. Em tempos de retrocesso político inimaginável, a personagem mostra que seu discurso do passado é tão contundente quanto o que destila nas tiras da atualidade, com uma ferocidade crítica incontornável a catucar as perversidades do poder.

Uma série de novas tiras de Rango passa a ser veiculada na Marca de Fantasia elevando ainda mais nosso grau de inconformismo e consciência. A obra de Edgar Vasques é uma demonstração de que o humor é uma arma afiada contra o obscurantismo.

Henrique Magalhães
Maio, 2021




Marca de Fantasia
Maio de 2021

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